Rebento, 2023
Cerâmica e crochê
Dimensões variadas
A cerâmica me vem como uma forma de investigação. Não sei bem o que procuro, menos ainda sei sobre os ímpetos que carregam a busca. Sei que através do barro, do estudo dos minerais, da observação e materialização de formas, encontro. Logo perco, mas encontro. É curioso tentar descrever algo como um “processo”, porque não tenho métodos fixos, nunca tive. São variáveis também meus critérios de julgamento a respeito daquilo que produzo. É uma relação de fatores circunstanciais, que envolvem o espaço onde habito, o espaço disponível para produção, a disposição do corpo e dos ânimos, o temperamento da argila, o acesso aos materiais para formulação de esmaltes, o acesso a algum tipo de forno. A vida dita o processo. Poderia (e talvez deva, como uma forma de amadurecimento e de solidificação de um caminho) firmar um posicionamento em relação às circunstâncias, mas até hoje o que se sobrepôs, o que fui capaz escutar mais finamente, foi aquilo que é externo. Posso definir o processo, portanto, enquanto algo maleável, tal qual a argila – feito de vontades e de limitações.
Bruna Pereira. 1997. Ceramista e artista visual, vivente de Eldorado do Sul / RS. Atualmente cursa Bacharelado em Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisa relações de memória, corpo e território
através do barro.
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