Alga Menegat

Vaso esquerda: Vasinho. Vaso direita: Vasão
  1. Vasinho, 2023
    Argila branca queimada em baixa temperatura, engobe, óxido de cobre, fio de cobre, pedras
    23 x 15 x 26 cm
  2. Vasão, 2023
    Terracota queimada em baixa temperatura, engobes, esmaltes, chamote, vidros
    32 x 15 x 35 cm

Essa duplinha que chamo de Vasinho e Vasão nascem de uma série de atos colaborativos com a matéria plástica que é o barro. Uma ideia não premeditada, talvez ansiada. Realizada no devir eterno. Pra além do objeto exposto, um devir da construção de sentidos que não é estático. Em cada um dessa dupla procurei deixar uma amostragem do toque, o espontâneo dos meus dedos e o incisivo das ferramentas utilizadas. Sou impactado quando me deparo com o trabalho dos ceramistas Johannes Nagel e Aneta Regel, que me estimulam com o que venho desenvolver com o vasinho eo vasão.
Vasinho tinha cinco andares arredondados e dois caíram num acidente. abriu-se um bocão onde o corpo interno foi me colocado em questão. Enforquei-o com um fio de cobre nas suas fronteiras após levantá-lo com pedrinhas escuras de pintinhas brancas. Dou-lhe um abraço engobezado onde mais tarde abrem-se as fissuras de cobre no corpo esférico.
Já vasão é cheio de chamotes extra grandes que fui introduzindo em seu corpo conforme colocava uma minhoca (técnica de acordelado) sobre a outra. A intenção era que com uma queima de alta temperatura, esses chamotes fossem expelidos para a superfície do corpo e pontinhos surgissem na peça, porém, vasão só passou por queimas de baixa temperatura. Isso influenciou que eu explorasse outras texturas e marcações no corpo. É um acumulo de cores se relacionando. Foram mais de dez tipos de esmaltes aplicados sobre o vasão além de engobes e cacos de vidro misturado ao esmalte caju. São pontos nesse mapa a serem encontrado por você: um ponto azul ao lado de um verde, estes são os pedaços de vidro misturados com esmalte caju. Desejo nesse processo expositivo – artista, obra, público – seja acrescentado tantas outras camadas de significados e rachaduras de sentidos nesses dois corpos cerâmicos.

Alga Menegat

Alga Menegat, 18/08/1999, São José do Ouro – atualmente vive e trabalha em Porto Alegre, Brasil. Estudante de Artes Visuais – Licenciatura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desenvolve sua prática artística através da experimentação: tudo é uma possibilidade. Com olhar atento aos detalhes despercebidos do cotidiano, desenvolve sua poética sobre as coisas mundanas e suas diferentes perspectivas. Circunavega as formas, texturas e diferentes materialidades de um objeto esquecido, escondido, encontrado. Também trabalha com a criação de imagens em diferentes suportes e técnicas, do analógico ao digital.

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