Godofredo/Figura Paisagem, sem ano
fotografia de obra em cerâmica de alta, esmaltada com óxido de ferro
22 x 22 cm
Com o suor do seu rosto você comerá seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará.
(Gênesis 3:19)
Somos feitos do pó das estrelas, conjunções de partículas , fábricas da materialidade que criou o cenário para a manifestação do Cosmos Consciente. Sobre a Terra, 4,5 bilhões de anos de transformações, até que numa poça quente e úmida de barro, como no crisol dos alquimistas, o encontro de fogo, água, terra e ar, animados pela faísca tornou-se vida.
Vida, o espaço sagrado alquímico, o lugar onde acontecem as coisas, a amplificação da consciência material, a possibilidade da existência solitária da matéria sair da prisão de si mesma e olhar para o que está fora, o outro.
E é nesta Terra que nós, figuras paisagem, peixes, aves, árvores, gramíneas, mamíferos, pessoas, realizamos o caminho do Louco, alimentados pelo leite e amparados pelo colo da Mãe Terra.
Seguimos neste amor inconsciente, incrustrado em nós como valor fundamental primeiro, a Natureza, e tudo que a constitui. Procuramos encontrá-la em cada detalhe, na flor que colocamos no vaso, no tempero que cultivamos na janela de nossas casas. Esse sentimento é duradouro em nossas almas, origem de todos os sentimentos, é a projeção da Mãe.
Nesse caminho o louco se depara com sua sombra e luta para que na contenda com a escuridão, o azul do céu e o verde do mar prevaleçam como fontes numinosas para algo que jaz em nós, um meio de reencarnar e assim, podermos salvarmos a nós mesmos e a todos seres figuras paisagem.
Estamos em um momento definitivo, ameaçados pelas sombras não podemos fraquejar ante o avanço da escuridão invalidando bilhões de anos de existência do Cosmos, das estrelas, das galáxias, dos planetas, dos seres sencientes.
Que o amor filial proteja a Mãe Terra. Que a devastação promovida pela ganância, que a usurpação da terra dos povos originários pelos inescrupulosos, que o esgotamento dos recursos naturais num frenesi de consumo inesgotável poluidor de nossas matas, de nossos rios e mares pare imediatamente. Nós, figuras paisagem, unamo-nos para proteger nossa Mãe Terra. Amar o Universo infinito é dar sentido à infinitude do amor à realidade da Criação.
Nome: Rosana Lagua de Oliveira
Data de nasc.: 02/12/1955
Local: São Paulo, São Paulo, Brasil
Vivo e trabalho em São Paulo, Brasil
Meios e Matérias: Múltiplos meios e matérias, técnicas mistas. Cerâmica de alta e baixa, baixo esmalte, desenho, aquarela, acrílica, papier machè, decoupagem, colagem, madeira, vidro, lata.
Questões: Reflexões sobre a metalinguagem, metafísica, filosofia, física através de diversas mídias, descritas acima, inclusive eletrônicas.
Desenvolvi Pesquisa Científica na Universidade de São Paulo nas áreas de Astrofísica Extragaláctica e Física Nuclear. Estudei desenho com Sandra Lagua, ABRA-Escola Brasileira de Artes, Rui Siqueira e Dudi Maia Rosa. Aquarela com Marlene Stamm e Tuneu Rodrigues. Cerâmica com Zé Maria – Atelier do Zé e Megumi Yuasa. Acrílica com Marlene Stamm. Pós Graduação em Arteterapia Analítica na FMU com lançamento do livro “Entre – Materialidades e Afetos” – resultado da pesquisa do grupo de estudos sobre a propedêutica dos materiais, ed. Appris.
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Instagram: rosanalaguaoliveira